Juventude, tudo que esperamos!
Proposta
Na adolescência queremos liberdade, morar sozinha e acreditamos que podemos tudo e na realidade queremos não obedecer regras.
Quando entrei na juventude, lá pelos dezessete anos, descobri que era muita responsabilidade que tinha, trabalhar e estudar!!!
E quando descobri o primeiro amor...
Os meus pais não tinham condições de manter os cinco filhos, então comecei a trabalhar cedo e à noite estudava, não conclui a faculdade.
Fim de semana eu me reunia com os amigos na praça central e depois "discoteca" no Clube Comercial e Country, cidade do Interior,somente dois clubes.
Lembro que podíamos sair de casa a pé, voltar tranquila para casa de madrugada, sem problemas de que algo de ruim iria acontecer.E a turma era grande, muitas vezes éramos uns quinze no total.
Que tempo bom!
Fim de semana não tinha que estudar e muito menos trabalhar, só tinha que convencer o pai da saída a noite, essa parte era a mais difícil, até porque eu e minhas irmãs tinhamos amigos diferentes e cada um saía com a sua turma e para entrar em casa, todas juntas.
Lembro que muitas vezes, uma esperava a outra na frente de casa para entrar.Era muito engraçado.Quantas vezes passei frio...
Na metade dos meus dezessete anos eu fui para Porto Alegre morar em uma casa de família e lá trabalhava de dia cuidando três crianças e de noite estudava.
Foi onde aprendi a passar muito bem as roupas...é uma longa história.
Hoje quando vejo meu marido com as camisas bem passadas, lembro que tive uma boa professora.
Não foi fácil morar longe de casa, dos pais, dos amigos e justamente quando descobri que era a primeira vez que tinha me apaixonado loucamente e que esse era o Amor da minha vida.
Quanta loucura fiz, mas posso dizer que fiz tudo que tinha que fazer antes de casar.
Consegui meu primeiro trabalho de verdade, em uma Transportadora e fui morar com mais seis pessoas da minha cidade.
Daí em diante aprendi a comer tudo, a pagar aluguel, gás e ter que dividir o varal de roupas e as tarefas.Mas na sexta já estava pronta para sair e voltava no domingo!
Era uma liberdade sem libertinagem...Depois que se tem essa liberdade, sente falta de casa, da roupinha lavada, da comida deliciosa da mãe e do quarto só nosso.
Mas a vida é assim mesmo, fizemos escolhas e temos que responder por aquilo que decidimos.
Não me arrependo de nada do que fiz, pois tenho a certeza que me descobri como eu sou hoje...erros são para nos lapidar e nos aperfeiçoar.
Pena que não podemos ter essa maturidade com dezessete!
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
(Trecho da música Eduardo e Mônica-Legião Urbana)
Na minha juventude escutava muito...