sábado, 22 de setembro de 2012

Sinto...


Sinto, nos lugares onde a pele da alma se torna mais sensível, o efeito nocivo de palavras ditas sem cuidado, lançadas ao vento como se não possuíssem peso, nem espinhos.

Se quem fala soubesse a potência do veneno que certas frases podem carregar consigo…
Frases vomitadas, literalmente, em pessoas escolhidas sabe-se lá como.
Equilibrista que sou ( e que somos todos nós), tenho andado sobre linhas finas e irriquietas, oscilando entre quedas e equilíbrios, em luta constante para além de me manter respeitosamente de pé, ir adiante.
Quando finalmente consegui encontrar um ritmo para prosseguir de forma mais ou menos segura, surgiu alguém que se escondia por detrás de alguma escuridão e me jogou palavras dolorosas que me enfraqueceram. Um desânimo tão grande que é quase um recomeço, como vários outros que enfrentamos pela vida.
Que Deus proteja os lábios que dizem sem pensar.
Que um dia eles compreendam que muito mais grandioso do que aparecer aos olhos dos homens é não ferir!

No meio das defesas todas, havia algo que não se defendia, não sabia como se defender, não conseguiria, ainda que tentasse. Havia algo delicioso de se sentir que escorregava de dentro da gente e se esparramava no sorriso. Escapulia no olhar. Cantava no silêncio. Fazia florescer pés de sol no tempo encantado em que estávamos juntos. Dispensava nomes e entendimentos. Havia algo que tinha um cheiro inconfundível de alegria. De vida abraçada. De chuva quando beija a aridez. De lua quando é cheia e o céu diz estrelas. Um cheiro da paz risonha do encontro que é bom.

Ana Jácomo

Um comentário:

  1. As palavras tem poder, para todo o bem e tbém para muito mal.Ter sabedoria, condescendência em seu uso faz toda a diferença.
    Bjos, Bel.
    Calu

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